Música | Troupe Djembedom e convidados
A cantora e bailarina africana Fanta Konatê e a Troupe Djembedon apresentam “A África no Brasil”, espetáculo de dança e percussão que visa difundir a rica cultura herdeira do Império Mali, do século XIII.
No repertório, ritmos, danças e cantos executados em cada fase da vida de um malinkê. Criada por Luis Kinugawa (djembê, balafon e ntama), a Troupe Djembedon é integrada por Kátia Matos (voz); Fadima Konatê (voz e dança); Marina Uehara (kenkeni e ntama); Ivan Chaer (dunumba, ngoni e ntama) e Rômulo de Albuquerque (sangban, bolon e ntama). O timbre característico do oeste africano, suas melodias e, especialmente, a riqueza das danças da República da Guiné são o diferencial de Fanta Konatê.
Os malinkês são conhecidos pela tradição oral, passada há muitas gerações. Sua música não tem relação com orixás ou outros contextos conhecidos como afro-brasileiros, sendo um dos grupos étnicos de maior riqueza musical, criatividade e aplicação social da arte. Antes mesmo do século XIII, já haviam inventado o bolon, um instrumento como o contrabaixo (3 ou 4 cordas), e a kora, uma harpa de 21 cordas. As músicas e danças são como uma trilha sonora de cada fase da vida, alegrando e fortalecendo as relações sociais da aldeia.
Luis Kinugawa fez uma pesquisa musical por dois anos na Guiné, país de origem do djembê e dos dununs, passando ainda por Senegal e Serra Leoa. O trabalho da Troupe Djembedon é fruto dessa pesquisa, multiplicada por ingredientes sensoriais diversos, como timbres, projeções, texturas sonoras. A interatividade com o público é um grande elemento da performance. Os ritmos executados vão do tradicional e ancestral das aldeias malinkês à contemporaneidade dos balés e festas populares das capitais africanas, sempre com ênfase à beleza das danças originais, coreografias, canções e seus significados atemporais.
O djembê é um tambor milenar, originário da etnia malinkê (Guiné/Mali), tradicionalmente confeccionado a partir do tronco de uma árvore sagrada, esculpido em forma de taça, com uma pele de cabra esticada através de cordas e aros de ferro. Os dununs são tambores cilíndricos responsáveis pela base rítmica/melódica, que acompanha o djembê e compõe um naipe: o dunumba é o maior e mais grave, o sangban possui um som médio intermediário e o kensedeni é o menor e mais agudo. Cada um é acompanhado por um kenken (sino) de condução.