Robert Polidori, fotografias
Em cartaz de 06 de outubro a 12 de novembro de 2009.
Com impressionante riqueza de detalhes, a exposição, que esteve no Instituto Moreira Salles (IMS) do Rio de Janeiro, traz uma retrospectiva de Robert Polidori e apresenta seus principais ensaios fotográficos realizados desde os anos 80, como as séries sobre Havana e Beirute; as cidades de Pripyat e Chernobyl, quinze anos após o acidente nuclear ocorrido em 1986; e Nova Orleans devastada pelo furacão Katrina, em 2006. Sem aderir a ideologias específicas, Polidori cria um comentário ácido sobre as conseqüências de diferentes políticas internacionais e trata de grandes desastres naturais ou sociais que marcam a história contemporânea, registra a ação do tempo sobre as coisas, e o impulso humano de construção e destruição.
Traz também cenas urbanas de Alexandria (Egito), Varanasi (Índia) e Amã (Jordânia), que enfocam a construção civil e ruas comerciais desses lugares, além de três exemplos do ensaio realizado por Polidori em Nova York, nos anos 1980, quando registrou o interior de apartamentos atacados por vândalos. Naquela época, grupos de jovens costumavam invadir e depredar apartamentos em que o morador, quase sempre um idoso solitário, havia recentemente morrido. Essa situação foi a primeira a despertar no artista a vontade de registrar com sistemática os resultados materiais de um acontecimento violento. São as únicas imagens da exposição mostrando a cidade de Nova York, onde Polidori vive e trabalha, no entanto revelam de maneira exemplar os interesses que envolvem seu trabalho.
Robert Polidori nos mostra nestas 39 fotografias expostas como o mundo destroçado pode ser belo, sem, no entanto, deixar de causar um profundo mal-estar. Os mesmos detalhes que criam imagens de uma beleza estonteante, mas que em nenhum momento é apaziguadora, registram em nossa memória o porquê dessas diferentes tragédias.
Nascido em Montreal, Canadá, em 1951, Robert Polidori vive e trabalha em Nova York. Nos anos 1970, atuou como assistente de Jonas Mekas no Anthology Film Archives, em Nova York, e realizou diversos filmes experimentais. Em 1979, concluiu mestrado na State University of New York, em Buffalo, passando a se dedicar integralmente à fotografia still. Entre 1998 e 2007, trabalhou como fotógrafo da revista The New Yorker, colaborando regularmente também para publicações como Geo, Architectural Digest Germany, Nest Magazine, Newsweek e Vanity Fair. Polidori realizou diversas exposições coletivas e individuais, entre as quais se destaca New Orleans after the Flood, no Metropolitan Museum of Art, Nova York, em 2006.
A mostra, realização do Instituto Moreira Salles e do MCB, foi elaborada por Robert Polidori, em parceria com Heloisa Espada, da equipe de curadores do IMS. Antes dela, Polidori participou de duas exposições coletivas no Brasil, nas quais mostrou um número reduzido de trabalhos: em 2000, integrou a mostra Brasília de 0 a 40 anos e, em 2008, a mostra Brasil: desFocos (O Olho de Fora).
Leia mais sobre Robert Polidori em:
1. The New York Review of Books – texto de John Updike:
http://www.nybooks.com/articles/19650
2. Matérias no The New York Times:
Realização: Instituto Moreira Salles
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