In Vitrum Veritas
A capacidade de investigar as múltiplas potencialidades do cristal, trabalhado há mais de duas décadas pela designer Jacqueline Terpins, justificou a mostra com peças como os móveis confeccionados totalmente em vidro transparente. A exceção, nesses casos, ficou apenas no uso de vidro laminado colorido para encobrir as passagens de fios, quando fosse necessário.
A exposição contou ainda com peças em cristal soprado e outras em fibra de vidro. A coletânea exposta no MCB traçou percurso de 20 anos de vidro na carreira da artista. Um dos destaques foi a nova série Leve, de móveis para escritórios, que nasceu da vontade de esconder a fiação excessiva com que hoje convivemos.
A solução encontrada pela designer tem uma lógica construtiva enxuta: os móveis são totalmente construídos em vidro transparente, a não ser num único ponto, a parte traseira, que é feita com duas peças de vidro laminado colorido, colocadas em paralelo e separadas por uma pequena distância, pela qual passam os fios.
A cor é obtida no processo de laminação, que consiste na aderência de duas lâminas de vidro por uma resistente película de resina, agregando maior segurança e tornando essa parte do móvel indevassável pelo olhar.
Outros móveis projetados pela designer em vidro plano, como a estante e o pufe Pixels, de 1999, e a poltrona Quatro, do mesmo ano, puderam ser tocados e usados pelo público, experimentando a estranheza de sentar-se sobre a (aparente) fragilidade de uma peça feita apenas de vidro.
Em uma das salas laterais do Museu encontraram-se objetos em cristal soprado, nos quais a designer revelou toda a sua maestria em extrair e revelar a fluidez do vidro. Em outra, reuniram-se peças feitas pela designer em fibra de vidro, alumínio, madeira e cerâmica, materiais aos quais ela emprestou a mesma plasticidade formal obtida com o vidro.
Abertura: 20 de julho, terça-feira às 19h – entrada gratuita
Visitação: até 22 de agosto