PROGRAMAÇÃO

MOSTRA | HARRY SEIDLER: ARQUITETURA, ARTE E DESIGN COLABORATIVO

Fotos: Chema Llanos 

#MCBEMCASA

Em cartaz de 11 de fevereiro a 06 de abril de 2014. 

O Museu da Casa Brasileira, instituição da Secretaria de Estado da Cultura, apresenta exposição sobre o arquiteto Harry Seidler (1923-2006), considerado um dos precursores da arquitetura moderna australiana do século 20. “Arquitetura, arte e design colaborativo” foi uma mostra itinerante, comemorativa dos 90 anos de Seidler, que já passou por Estônia, Bulgária, Canadá e Estados Unidos. O MCB foi o primeiro destino da exposição na América do Sul, reforçando a atuação de destaque da instituição na difusão da arquitetura e seu papel de referência neste segmento.

Com curadoria de Vladimir Belogolovsky e co-curadoria de Wilson Barbosa Neto, a mostra reuniu originais, muitos deles realizados à época dos projetos, como modelos arquitetônicos, desenhos e esboços, além de maquetes de esculturas, fotografias, filmes e documentos pessoais de Seidler. A exposição era dividida em três módulos: Casas de Sydney; Torres de Sydney; e Além de Sydney, destacando projetos célebres do arquiteto na Austrália e as principais obras desenvolvidas por ele fora do país. Especialmente para a passagem pelo Brasil, foram acrescidos documentos e imagens sobre a proximidade entre Harry Seidler e Oscar Niemeyer, revelando a influência do brasileiro em seu trabalho.

Confira algumas das imagens divulgadas na mostra:

Fotos: Divulgação 

A exposição no Brasil trata com um olhar diferente a relação entre Harry Seidler e Oscar Niemeyer, não só quando ele esteve trabalhando no país, no final dos anos 1940, mas também por sua produção ao longo da carreira”, explica Wilson Barbosa Neto, arquiteto que trabalhou entre 2009 e 2010 no escritório de Seidler em Sydney e que captou, a partir de acervos familiares, os materiais extras que compõem a mostra no MCB. “Niemeyer influenciou diretamente a produção arquitetônica de Seidler, como pode ser percebido no mural da Casa Rose Seidler (1950), esculpido pelo próprio arquiteto; no telhado de arco duplo da Casa Williamson (Casa Iglu – 1951), que remete à igreja São Francisco de Assis da Pampulha; e em obras mais recentes como a Casa Berman (1999), na linguagem curvilínea fluída da construção.”

Durante alguns meses em 1948 eu trabalhei com Niemeyer e observei seu processo criativo, que me pareceu semelhante ao de um pintor ou escultor. Traços, gestos intuitivos, ideias apresentadas de uma maneira que aflige as mentes acostumadas a projetos racionalistas. Mas a suspeita logo some quando posteriormente se percebe como fundamentalmente inatacável é a lógica inerente, a clareza e a plausibilidade estrutural e construtiva de tudo. O talento de Niemeyer nasce, e é parte única integrante do clima, do espírito e imaginário brasileiro”, destacou Harry Seidler em texto de 1994.

Confira registros do evento de abertura da exposição: 

Fotos: Chema Llanos 

Arte e design colaborativo
Tanto quanto precisamos de coisas reais, as necessidades do espírito e do sentido precisam ser saciadas. A arquitetura faz parte do reino da arte como a tecnologia; é a fusão entre o pensar e o sentir”, afirmou Harry Seidler nos anos 1960. Adepto das colaborações criativas, ele trabalhou ao lado de personalidades como os arquitetos Marcel Breuer e Oscar Niemeyer; o engenheiro Pier Luigi Nervi; o fotógrafo Max Dupain; e os artistas Josef Albers, Alexander Calder, Norman Carlberg, Sol Lewitt, Charles Perry, Frank Stella e Lin Utzon.

Seidler não atuou apenas no domínio da arquitetura, mas também com tudo que envolve o processo de criação arquitetônico. Ele interagia com as disciplinas da arte, como a escultura, conforme é mostrado na exposição em maquetes, desenhos e esboços de obras presentes em suas construções e que foram diretamente influenciadas por ele”, revela Wilson Barbosa Neto. “Outros campos como a fotografia e o design também lhe interessavam, tanto é que ele chegou a projetar cadeiras, utensílios de cozinha e louças de banheiro.

A partir de 1970, as mãos de Seidler foram cada vez mais influenciadas pelos trabalhos modulados de pintores e escultores abstratos e expressionistas americanos, evoluindo para uma linguagem artística pessoal distinta que ainda está para ser reconhecida internacionalmente. Seus trabalhos mais recentes, embora livres e esculturais, nunca são arbitrários. Suas majestosas formas geométricas foram perpetuamente definidas por um planejamento racional, pela eficiência da padronização construtiva e por aspectos sociais e ambientais”, conclui Vladimir Belogolovsky.

Depois de São Paulo, “Arquitetura, arte e design colaborativo” foi exibida no Rio de Janeiro e em Vitória, antes de chegar a Sydney e Viena (Áustria), onde se encerrou a itinerância da mostra. No MCB, houve programação paralela relativa à exposição, com visitas especiais com os curadores: em 12 de fevereiro, com Vladimir Belogolovsky, e 19 de março, com Wilson Barbosa Neto, confira registros do evento abaixo:

Fotos: Chema Llanos 

Sobre Harry Seidler
Harry Seidler (25 de junho de 1923, Viena – 9 de março de 2006, Sydney) foi o primeiro arquiteto a expressar plenamente os princípios da Bauhaus na Austrália, exemplificado em seu projeto inaugural, construído em 1950 por seus pais – A Casa Rose Seidler (Rose Seidler House) em Wahroonga, norte de Sydney. Em toda sua vida, ele foi, em suas próprias palavras, “vanguardista da arquitetura moderna”, um missionário de coração pela causa modernista. Seidler deixou uma marca única no mundo, notável, por exemplo, no seu projeto da Embaixada da Austrália em Paris, no Hong Kong Club no centro de Hong Kong, no condomínio residencial em Viena Wohnpark Neue Donaularge, e, acima de tudo, por meio de muitas das suas torres características, que definiram a essência da Sydney contemporânea.

Nativo de Viena, Seidler foi o segundo filho de uma família judia de classe média alta. Estudou na Escola de Design de Harvard, com professores como Walter Gropius e Marcel Breuer. Posteriormente, foi para a faculdade de Black Mountain, na Carolina do Norte, onde estudou com o pintor Josef Albers. Em seguida, em Nova York, trabalhou como primeiro assistente de Marcel Breuer, seu mentor por toda a vida e amigo. Em 1948, Seidler foi convidado por sua mãe para ir para a Austrália, país para o qual seus pais imigraram depois da guerra, para projetar uma casa para eles. A caminho da Austrália, Seidler trabalhou no escritório de Oscar Niemeyer no Rio de Janeiro por alguns meses.

Em setembro de 1948, Seidler abriu um escritório em Sydney. O ambicioso homem de 25 anos, em seu pequeno estúdio/apartamento, fez uma declaração proeminente: “Os escritórios australianos de construção atuais estão obsoletos. Eles imploram por renovação. Vai ser a política desse escritório criar padrões que produzirão uma arquitetura contemporânea progressista.” A carreira produtiva de quase 60 anos do arquiteto o provaram certo. Aproximadamente 160 de seus projetos – desde uma pequena casa de família a prédios de apartamentos, torres de escritórios até espaços públicos e culturais, assim como importantes construções governamentais – foram realizadas na Austrália, Áustria, França, Israel, Itália, México e Hong Kong.

O inconfundível conjunto de obras de Seidler, marcado pela forte percepção geométrica, original do barroco, cercada pelo sentimento robusto do equilíbrio das composições, o conhecimento de estrutura e dos materiais, além do uso inventivo de elementos de sombreamento que efetivamente atuavam sobre o intenso sol australiano, distinguiu-o como sendo o arquiteto mais intransigente e artístico no seu país adotivo e um dos mais perseverantes e engenhosos arquitetos do seu tempo.” – Vladimir Belogolovsky.

Confira os destaques da mídia: 

Online e Impresso

O Estado de S. Paulo | Arco Web Online | Casa Vogue Online | Lucilia Diniz Online | Folha de S. Paulo Online | Folha de S. Paulo | Folha de S. Paulo | Jornal da Comunidade VIP | Empresas e Negócios

TV

Arte 1 (08.04.2014)

Globo News (21.02.2014)

Sobre Wilson Barbosa Neto
Wilson Barbosa Neto é arquiteto formado pela Faculdade UNIVIX em Vitória. Em 2009 e 2010 trabalhou no escritório de arquitetura Harry Seidler & Associates, em Sydney, onde participou dos projetos de revitalização dos edifícios MLC Centre e 9 Castlereagh Street, em Sydney, Riverside Centre e Riparian Plaza, em Brisbane. Em 2013 obteve o título de mestre em Arquitetura, Tecnologia e Cidade na UNICAMP, em São Paulo. É professor da FAAL, em Limeira e atualmente é co-curador da exposição sobre a vida e obra do arquiteto Harry Seidler que acontece no Brasil.

Sobre Vladimir Belogolovsky
Vladimir Belogolovsky é arquiteto e fundador da Intercontinental Curatorial Project com sede em Nova York. Dentre suas publicações estão: “Green House” (TATLIN, 2009), “Modernismo Soviético 1955-1985” (Soviet Modernism) (TATLIN, 2010) e o mais recente livro sobre a vida do arquiteto australiano Harry Seidler: “LIFEWORK” (Rizzoli, 2014).

Patrocínio: Akzo Nobel
Apoio:
Embaixada da Austrália, LET – Universidade de Brasília e IAB-RJ

Sobre o MCB
O Museu da Casa Brasileira, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo que completa 50 anos em 2020, dedica-se à preservação e difusão da cultura material da casa brasileira, sendo o único museu do país especializado em arquitetura e design. A programação do MCB contempla exposições temporárias e de longa duração, com uma agenda que possui também atividades do serviço educativo, debates, palestras e publicações contextualizando a vocação do museu para a formação de um pensamento crítico em temas como arquitetura, urbanismo, habitação, economia criativa, mobilidade urbana e sustentabilidade. Dentre suas inúmeras iniciativas destacam-se o Prêmio Design MCB, principal premiação do segmento no país realizada desde 1986; e o projeto Casas do Brasil, de resgate e preservação da memória sobre a rica diversidade do morar no país.

Museu da Casa Brasileira
Av. Brig. Faria Lima, 2705 – Jardim Paulistano
Tel.: +55 (11) 3032.3727

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