Éolo Maia: o vento sobre a cidade
A mostra traz projetos, desenvolvidos ao longo de quatro décadas, e 17 maquetes históricas de Éolo Maia, um dos precursores da arquitetura pós-moderna no país, revelando muito de seus sonhos, com obras que evocam histórias em quadrinhos e gosto pelas cores vibrantes.
Com uma linguagem textual e gráfica clara, de fácil assimilação, a exposição proporciona o debate cultural sobre a arquitetura produzida em Minas Gerais. Nascido em Ouro Preto, Éolo Maia (1942-2002) é um dos expoentes da arquitetura e conquistou reconhecimento internacional pelo engajamento com as idéias da vanguarda e por sua coragem de experimentação.
O primeiro prêmio que recebeu veio do Instituto dos Arquitetos do Brasil/MG, mas não pôde recebê-lo, porque era estudante e o concurso destinava-se a profissionais. Conviveu com artistas e intelectuais, e estudou desenho com Alberto da Veiga Guignard, antes de ir para a capital, em 1963, cursar arquitetura.
Sua obra fez com que o pós-moderno na arquitetura brasileira começasse em Minas Gerais, para depois se espalhar pelo país. Em Belo Horizonte, há projetos emblemáticos de sua autoria e equipe, como a Rainha da Sucata, nome popular dado ao antigo Centro de Apoio Turístico Tancredo Neves (1984-92), atual Museu de Mineralogia, na Praça da Liberdade, bem como o Marmitão ou Edifício Offcenter, um prédio circular no bairro Floresta.
O autor do livro “Éolo Maia – Complexidade e contradição na arquitetura brasileira”, Bruno Santa Cecília selecionou a Rainha da Sucata, devido à sua relevância para o contexto histórico e cultural da época em que foi concebido, a coincidir com o auge do pós-modernismo arquitetônico brasileiro. “Nesse projeto, as citações diretas, as colagens e as superposições de elementos arquitetônicos, presentes em várias outras obras do arquiteto mineiro, atingem seu clímax”, diz o autor.
Realização conjunta do Museu da Casa Brasileira e da Casa do Baile, da Prefeitura de Belo Horizonte, ambas instituições voltadas à arquitetura e ao design. A exposição tem curadoria da arquiteta Jô Vasconcellos, que foi casada com Éolo desde 1972. Dois anos depois, passaram a compartilhar também os trabalhos, assinando em conjunto mais de uma centena de projetos.
Formado pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1967, onde também atuou como professor, Éolo Maia foi premiado no Brasil e no exterior com trabalhos como a Sede do Instituto dos Arquitetos do Brasil/MG (1º lugar, 1976 – Belo Horizonte), Igreja Notre Dame de La Source (2º lugar, 1991 – Paris), Memorial de Campo Grande (1º lugar, 2001 – Campo Grande, SP) e Sede do Centro de Arte Corpo (1º lugar, 2002 – Nova Lima, MG), entre outros. Realizou inúmeras exposições individuais de arquitetura, como na Galeria Memória, IAB/RJ, Galeria Cayc (Buenos Aires) e participou de exposições em congressos nacionais (Salvador, Belo Horizonte, São Paulo), Bienais Internacionais (São Paulo, Recife, Buenos Aires, Lima, Paris, Berlim, Barcelona) e trabalhos expostos na mostra “Brasil Auto-retrato”, em Zurique, Suíça.
Livro
O livro “Éolo Maia – Complexidade e contradição na arquitetura brasileira”, de autoria de Bruno Santa Cecília, arquiteto urbanista, mestre em Teoria e Prática do Projeto Arquitetônico pela UFMG e Especialista em Arquitetura Contemporânea pela PUC-Minas. Com apresentação de Rinaldo Campos Soares, o livro foi patrocinado pela Usiminas.
Abertura: 21 de junho, quarta-feira, das 19h às 22h, com lançamento do livro “Éolo Maia – Complexidade e contradição na arquitetura brasileira”
Visitação: de 22 de junho a 30 de julho