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Bichos do Brasil

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Alguns dos animais mais representativos da fauna da Amazônia, como a harpia, o anacã, a onça pintada, a irara e a preguiça real, estiveram entre 25 imagens coloridas em grande formato (2m x 1m) que compõem esta exposição. De autoria de Araquém Alcântara, as fotos foram exibidas em meio a árvores do amplo jardim do MCB, com a intenção de usá-lo como área museológica, incrementando as atividades ali realizadas.

Na noite de abertura da mostra, dia 24 de novembro, das 19 às 22h, o fotógrafo e jornalista lançou o livro “Amazônia”, da Editora Terra Brasil, no qual 132 fotos da população, paisagem e fauna da região denunciam a beleza e a agonia da maior floresta tropical do planeta.

O livro “Amazônia” traz, além de imagens de autoria de Araquém, textos escritos por alguns dos maiores especialistas na região, tais como o geógrafo Aziz Ab’Saber, a antropóloga Betty Mindlin, João Meirelles Filho, diretor do Instituto Peabiru, o historiador acriano Márcio Souza, o poeta Thiago de Mello e o sertanista Sydney Possuelo. O balanço histórico, geográfico e antropológico da Amazônia se completa ainda pelos escritos sinceros do médico Drauzio Varella e de Roberto Smeraldi, diretor da ONG “Amigos Da Terra”.

O livro foi dividido em três partes: a Terra, o Homem e a Destruição.

A Terra – a visão do Éden, as imagens aéreas do arquipélago de Anavilhanas, no rio Negro, o maior complexo de ilhas fluviais do mundo; paisagens e fauna de reservas ecológicas e parques nacionais do Pico da Neblina; do Monte Roraima e das florestas da Serra do Divisor, no Acre.

O Homem- a câmera do fotógrafo captando cenas do cotidiano, do trabalho, da cultura e religiosidade dos caboclos e índios da região.

A Destruição – em um final contundente, o ciclo da destruição, com o desmatamento, as queimadas, o transporte ilegal de madeira, animais calcinados e deserto.

Araquém Alcântara ficou célebre por retratar a natureza brasileira. Os animais, plantas, cenários e reservas ambientais que já passaram pelas lentes do fotógrafo ficaram conhecidos mundo afora. No entanto, como sempre fotografou a realidade brasileira, Araquém se deparou em suas andanças pelo Brasil com a miséria e a devastação do povo e do solo nacional.

Indignado com o descaso do governo e com a apatia e o desconhecimento da população em relação à real situação do bioma amazônico, o fotógrafo e jornalista mostra não só beleza, mas também destruição, em um grito de alerta contra o caos que se instalou na região e que está levando ao fim a maior riqueza do país.

“Minhas últimas viagens à Amazônia me deixaram muito triste. Diante de meus olhos, a infinita desolação da terra assassinada. Este imenso laboratório cientifico que é a Amazônia está sendo dizimado por uma política ambiental pífia e inconseqüente que se arrasta desde a ditadura militar. Aliada à corrupção, ao despreparo dos governantes e à passividade da opinião pública, essa política, ou “apolítica ambiental” já fez com que a região perdesse 18% de sua cobertura original. Hoje, 4% dessa área não serve mais para nada, virou deserto”, afirma o fotógrafo, cuja primeira viagem à Amazônia deu-se em 1979.

Desde então, o fotógrafo e jornalista já percorreu mais de 100 mil km da Amazônia Legal de barco, de avião, de carro e principalmente a pé. Esteve muitas vezes em áreas desconhecidas da região para denunciar o processo de degradação moral e social dos “amazônidas”, além da destruição do bioma local.

É de Araquém o mérito de documentar para entidades nacionais e internacionais, como o Ibama e a Unesco, locais nunca antes fotografados, como o Parque Nacional da Serra do Divisor, no Acre, e o Parque Nacional do Cabo Orange, no Amapá. Ele também já registrou imagens de todos os outros cinco parques nacionais da região.

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