RESULTADO DO CONCURSO DO CARTAZ 2015

Entre 2 e 30 de abril, o MCB recebeu 567 inscrições para eleger a principal peça de comunicação do Prêmio Design, o cartaz, que além de ser impresso para divulgação da premiação também norteia a identidade visual do 29º Prêmio Design MCB. Este ano, destacamos o considerável crescimento na participação de instituições que foram beneficiadas com desconto de 50% na taxa de participação para grupos de estudantes. Elas foram responsáveis por 147 inscrições de alunos de 9 universidades.

Os cartazes inscritos foram avaliados pelo júri coordenado por Gustavo Piqueira, e formado por: Catarina Bessell, Daniel Trench, Kiko Farkas, Vicente Gil, Claudia Warrak e Daniel Bueno.

Movido pelo desafio de apresentar um conjunto heterogêneo e representativo, o júri provoca a reflexão sobre o atual design gráfico brasileiro. Além do vencedor, também elegeu os finalistas, que farão parte da exposição 29º Prêmio Design, em exibição a partir de 26 de novembro no MCB, quando será realizada a cerimônia de premiação.

O MCB agradece a participação e empenho de todos e anuncia as inscrições para o Prêmio, que vão de 10/7 a 12/8, e abrangem o design de produto, além da produção teórica em arquitetura e design.

Vale lembrar que os trabalhos não selecionados devem ser retirados Museu da Casa Brasileira entre os dias 18 a 29 de maio, de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h.

TEXTO DO JÚRI:

A virtude mais óbvia do cartaz vencedor, de Ana Costa, é aquela obrigatória a todo bom cartaz: atrair o olhar. Mas não, suas qualidades não encerram por aí. Seu discurso gráfico — seu “empilhamento de pedras” — dá margem a diversas leituras, de metáforas literais a poéticas subjetivas, sem nos obrigar, contudo, a optarmos por qualquer uma delas. Afinal, é na inconclusão que se encontra outra de suas grandes qualidades. Por último, sua sintaxe irregular e dessaturada não deixa de refletir um sutil pessimismo, humor tão característico destes tempos. Verdade que alguns podem apontar a presença de cacoetes contemporâneos aqui e ali. Mas se a peça é destinada a retratar o contemporâneo, como classificar tal fato como problemático?

O trabalho de Ana, no entanto, não indica uma direção seguida pela maioria dos participantes, como fica evidente ao se constatar como o conjunto dos demais sete finalistas é heterogêneo. Heterogêneo? Ou melhor classificá-lo como dissonante? Pois, se Daniel Kondo utiliza os numerais romanos como elegante tema gráfico de seu cartaz, não menciona o Brasil como o faz Anderson Koyama Vieira, em seu singelo padrão de palhinha e cobogós. Que, por outro lado, não possui a execução robusta presente no abajur liquefeito de Fernando Vieira Paravela ou no amontoado rubro desenvolvido por Ralph Mayer, Felipe Sabatini, Henrique Smith e Karen Suehiro. Mas será que ambos não deveriam ter se posicionado mais claramente, como Cristiano André Morsch em sua mordaz referência ao Congresso, Amanda Oliveira Arantes com seu opressivo aglomerado urbano ou Luana Espíndola com seu irreverente “homem-colher”? Ainda que, claro, nenhum dos três tenha a qualidade da execução alcançada, por exemplo, por Daniel Kondo. Que, no entanto, falha ao… Sim, poderíamos seguir dando voltas e voltas. O que sobra a um cartaz, falta ao outro. E o júri não chegou a opiniões consensuais. Pelo contrário, aliás.

Mas eram mesmo necessárias? As opiniões consensuais?

Pois, talvez, a polifonia de vozes gráficas opostas (em suas virtudes e defeitos) seja um retrato mais fiel da produção gráfica brasileira contemporânea.

E talvez seja hora de um pouco menos de consenso.

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