31º PRÊMIO DESIGN MCB | RESULTADO DO CONCURSO DO CARTAZ

O Prêmio Design MCB, principal e mais antiga premiação de design do país, deu início à primeira fase de sua 31ª edição com o Concurso do Cartaz. Com 362 inscrições, o trabalho vencedor tem autoria do designer gráfico Diego Rodrigues Belo, da AMO Design de Belo Horizonte (MG), que apresentou um cartaz em chapa de poliestireno amarela, recortado com faca especial e impresso em serigrafia a uma cor. A peça vai inspirar toda a identidade visual do 31º Prêmio Design MCB, realizado pelo Museu da Casa Brasileira, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.

Os cartazes foram avaliados pela comissão julgadora coordenada pela designer gráfica Priscila Lena Farias e os integrantes Baixo Ribeiro, Luiz Félix, Ronald Kapaz e Tadeu Costa. Além do vencedor, o júri também conferiu menção honrosa a dois trabalhos e selecionou outros cinco destaques para serem exibidos no Museu na exposição do 31º Prêmio Design MCB, com abertura dia 11 de novembro.

Foram recebidos cartazes de 14 estados do país. A participação se dividiu entre designers (136 inscritos), arquitetos (45), publicitários e diretores de arte (22), artistas (7), fotógrafos (4) e estudantes – 115 inscritos de mais de 40 instituições de ensino do país. Participantes de outras profissões somam 33 inscritos.

O vencedor desta edição receberá como prêmio o valor bruto de R$ 3 mil e terá um contrato de mais R$ 3 mil para a criação de outras peças gráficas da edição. Ele também receberá a assinatura de um ano da revista Zupi, parceira da abertura da Mostra do Concurso do Cartaz.

Texto do júri:
O Concurso do Cartaz para o 31º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira teve 362 inscritos em 2017. Reunida em uma tarde de outono, no terraço do Museu, a comissão julgadora destacou oito trabalhos, entre eles o cartaz premiado e duas menções honrosas. Os trabalhos destacados exprimem, de maneira exemplar, as diversas propostas recebidas este ano, estabelecendo diálogos com o ambiente urbano, com materiais e artefatos encontrados no dia-a-dia, com a atividade de selecionar e premiar, e explorando associações sugeridas pelo número desta edição do Prêmio.

O cartaz vencedor, de autoria do designer gráfico Diego Rodrigues Belo, da AMO Design (Belo Horizonte), é feito de poliestireno amarelo, com letras recortadas — uma ideia atual, e que traz uma provocação. A escolha levou em conta não apenas a peça, mas a possibilidade de ela ser usada como matriz para reprodução por meio do estêncil, em diferentes suportes, desde uma camiseta até em muros. O autor soube escolher uma fonte robusta, apropriada para a exploração desse recurso, e a aplicou de forma coerente. O resultado é bastante sóbrio, ao mesmo tempo em que evoca a visualidade fora de controle das ruas das grandes cidades. Outro aspecto valorizado pelo júri é que o cartaz proposto possibilita diversos desdobramentos, tais como a inserção de mensagens visuais em seus vazios, que podem ser explorados com diferentes fundos, estáticos ou em movimento, algo conveniente uma vez que a peça será o ponto de partida para a divulgação do Prêmio.

Os dois trabalhos que receberam menção honrosa seguem correntes contrastantes de linguagem gráfica —o minimalismo e o vernacular—, resultando em soluções que sugerem visões bastante diferentes sobre o Prêmio. A ideia de que a essência de todo concurso de design é ajustar o foco, refinar o olhar e ir depurando a visão em busca da excelência inspiradora é sugerida, de maneira elegante e com economia de recursos pela tabela para exames oftalmológicos proposta por Ilona Messenberg Szabo, jornalista residente em Bauru (SP). A sobreposição aparentemente caótica de mensagens, tipos e cores que encontramos na proposta do publicitário e artista plástico paulistano Franklin Silvério, por outro lado, evoca as intervenções do tempo e dos cidadãos às quais os cartazes estão sujeitos quando aplicados, replicados e substituídos no espaço da cidade —um cartaz que já nasce como retrato de seu destino futuro, e ao mesmo tempo aponta para a força da instituição que promove o Prêmio.

Entre os outros cinco trabalhos destacados pelo júri, encontramos propostas que se apoiam no uso bem resolvido, e eventualmente exclusivo, de letras, que fazem uso do humor, e que chamam a atenção para as qualidades táteis e interativas dos materiais e dos artefatos vernaculares. Este é o caso dos trabalhos de Gabriela Pagliusi Gennari e Tomás Stephan, alunos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e de Design da Universidade de São Paulo, e de Valquíria Lopes Rabelo, designer da empresa Guayabo, de Belo Horizonte (MG), que dão novo valor e significado a elementos comuns do dia-a-dia das cidades brasileiras, como o painel de avisos e o tapume de madeira. No jogo de ‘caçar palavras’ relacionadas às categorias do Prêmio, proposto pelo paulistano Daniel Marques, e no ‘calendário’ com retratos de escovas de dentes proposto por Jones Ishiki de Siqueira, Pedro Albuquerque Xavier e Rafael Ramón Paulino da empresa Neopop Branding & Design, de João Pessoa (PB), o convite à interação é conjugado com linguagem gráfica minimalista e rigorosa. Na proposta de Alan Montenegro, da Frila Comunicação & Design, de Curitiba (PR), a ideia de evocar graficamente esta edição específica do prêmio através de um elemento ‘encontrado’ foi resolvido pelo uso de uma peça de dominó, acompanhado por uma composição que remete ao “encaixe” que está na raiz do jogo e na harmonia procurada em todo produto de design.

A comissão selecionou, ainda, entre as inscrições que atendiam aos requisitos do regulamento, outros 152 trabalhos que representam a grande variedade de propostas enviadas, e que demonstram originalidade e competência na seleção e articulação de elementos visuais, para participarem da Mostra Concurso do Cartaz e concorrerem ao prêmio do público.

Pela segunda vez o MCB realiza a Mostra Concurso do Cartaz com votação popular
(Clique aqui e veja o resultado completo, com os cartazes que farão parte da Mostra do Concurso do Cartaz)

Com abertura dia 6 de maio e encerramento em 11 de junho, a Mostra do Concurso do Cartaz exibirá 160 trabalhos selecionados pelo júri. Os visitantes poderão escolher seu cartaz favorito em uma votação popular, feita presencialmente na exposição. O cartaz com mais votos será exposto ao lado do vencedor, menção honrosa e cinco selecionados pela comissão julgadora na exposição do 31º Prêmio Design MCB, realizada a partir de 11 de novembro. Assim como o autor do cartaz vencedor do concurso, o ganhador do júri popular também receberá um ano de assinatura da Revista Zupi.

A Mostra do Concurso do Cartaz e a promoção da votação popular visam estimular a participação do público no debate sobre a produção atual em design gráfico e a revalorização do cartaz enquanto peça gráfica central em campanhas de divulgação. Com isso, o Prêmio Design MCB reforça seu caráter de apoio à construção da identidade do design nacional, ampliando sua interação com o público e aproximando os visitantes dos temas vocacionais da instituição.

 

RESULTADO DO CONCURSO DO CARTAZ

Vencedor – cartaz de Diego Rodrigues Belo / AMO Design | Belo Horizonte/MG

Menção honrosa – cartaz de Franklin Silvério | São Paulo/SP

Menção honrosa – cartaz de Ilona Messenberg Szabo | Bauru/SP

 

Selecionado para exposição do 31º Prêmio Design MCB – Valquíria Lopes Rabelo | Belo Horizonte/MG

Selecionado para exposição do 31º Prêmio Design MCB – Gabriela Pagliusi Gennari e Tomás Stephan | São Paulo/SP Instituição de ensino: Universidade de São Paulo / Cursos: Arquitetura (autora 1) e Design (autor 2)

Selecionado para exposição do 31º Prêmio Design MCB – Jones Ishiki de Siqueira, Pedro Albuquerque Xavier e Rafael Ramón Paulino | João Pessoa/PB

Selecionado para exposição do 31º Prêmio Design MCB – Alan Montenegro | Curitiba/PR

Selecionado para exposição do 31º Prêmio Design MCB – Daniel Marques | São Paulo/SP

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