A contribuição de Fábio Alvim para o design de autor no Brasil
A obra de um dos principais nomes do design de autor no Brasil estará em pauta no Museu da Casa Brasileira. No dia 29 de novembro, o MCB promove o debate “A contribuição de Fábio Alvim para o design de autor no Brasil”, com coordenação do museólogo Fábio Magalhães, e a participação de especialistas como Adélia Borges e Auresnede Pires Stephan (professor Eddy). Um painel com algumas das obras de Alvim, textos e imagens estará aberto para visitação no MCB simultaneamente à exposição do 27º Prêmio Design, entre 26 de novembro e 26 de janeiro.
«Fabio Alvim foi um designer de linguagem autoral e com forte expressão plástica. Destacou-se na sua geração (anos 70) pela proposta inovadora e inusitada de seus projetos e pela simplicidade dos processos construtivos. Tornou-se referência no design brasileiro, sobretudo, pelas suas luminárias. Seus projetos priorizaram as vertentes da imaginação, da poética plástica, da dinâmica espacial, sempre prevalentes em seu design. Adotou a funcionalidade como uma preocupação necessária, mas não suficiente. Para Fabio Alvim, o bom desempenho de um objeto depende da qualidade da relação que estabelece com o usuário, da sua capacidade de despertar desejo, de propiciar uma relação prazerosa», afirma Fábio Magalhães.
Fábio Alvim: Design & Invenção
Fábio Alvim (1944-93) é considerado um dos mais inventivos e inovadores designers do Brasil. Paulistano, graduado em Artes Plásticas pela FAAP e com pós-graduação em Artes Gráficas pela Aston University, em Birmingham, Inglaterra, iniciou sua trajetória com a criação de joias, tendo recebido, em 1971, o Prêmio de Melhor Pesquisa em Joalheria na XI Bienal de São Paulo. Pesquisador incansável, consagrou-se nacional e internacionalmente com o design de luminárias e outros objetos, recebendo em 1978, com a luminária “Nuvem”, o Prêmio de Melhor Projeto na Mostra de Móvel e Objeto Inusitado (MIS-SP). Entre as décadas de 1970-90, forneceu peças para inúmeras cidades do Brasil e, nos anos 1980, também para a galeria Art&Industrie, de Nova York, especialmente as luminárias “Concha” – projeto que viria a ser catalogado pelo Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). Ainda jovem estudante, recebeu, em parceria com Natanael Longo, o Prêmio Governador do Estado (SP) pela criação da fachada principal do então recém-inaugurado Palácio dos Bandeirantes. José Mindlin, um admirador de seu trabalho, classificou-o como “um designer pioneiro”, e escreveu: “As luminárias de Fábio Alvim situam-se entre o desenho industrial e a pura fantasia. São, por isso mesmo, uma estimulante manifestação de criatividade”. Por sua vez, o crítico Casimiro Xavier de Mendonça registrou: “A formação de desenhista industrial proporcionou a Fábio Alvim uma visão madura no mundo das formas”.
PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES
Coletivas – Luz e Movimento (objetos em fibra de vidro). Rio de Janeiro, 1968.
– Jovem Arte Contemporânea (paineis-objetos em alumínio). São Paulo, 1969.
– XI Bienal de São Paulo (joalheria), 1970-71.
– Art and Design Center (impressão off-set em paineis de alumínio). Birmingham, Inglaterra, 1973.
– André Galeria de Arte (joias). São Paulo, 1975.
– Arte Aplicada (luminárias). MASP, SP, 1976.
– Galeria Designato (luminárias). Milão, Itália, 1977.
– Móvel e Objeto Inusitado (luminárias). MIS, SP, 1978.
– Galeria Art&Industrie (luminárias). Nova York, 1980.
– Joia Contemporânea Brasileira. Museu da Casa Brasileira, 1980.
– Tradição e Ruptura. Mostra de Desenho Industrial, São Paulo, 1984.
– I Exposição de Luminárias Balloon. MIS, SP, 1984.
– I Exposição de Luminárias PL. MIS, SP, 1985.
– Panorama do Desenho Industrial Brasileiro (CAVC). Buenos Aires (e posterior circulação pela Europa (1986).
Individuais
– Luminárias em metal e tecido: “Nuvem”, “Concha”, “Tulipa”, “Bumerangue”, entre outras. Galeria Planin, SP, 1978.
– Retrospectiva “Fábio Alvim Design” – com 35 luminárias (seis para crianças); 30 joias; oito objetos (porta-prato, espelho, mesa, porta-lápis etc.); desenhos gráficos, projetos e croquis. Museu de Arte de São Paulo (MASP), 1993.