1° Lugar
Autora: Ana Costa
A virtude mais óbvia do cartaz vencedor, de Ana Costa, é aquela obrigatória a todo bom cartaz: atrair o olhar. Mas não, suas qualidades não encerram por aí. Seu discurso gráfico — seu “empilhamento de pedras” — dá margem a diversas leituras, de metáforas literais a poéticas subjetivas, sem nos obrigar, contudo, a optarmos por qualquer uma delas. Afinal, é na inconclusão que se encontra outra de suas grandes qualidades. Por último, sua sintaxe irregular e dessaturada não deixa de refletir um sutil pessimismo, humor tão característico destes tempos.Verdade que alguns podem apontar a presença de cacoetes contemporâneos aqui e ali. Mas se a peça é destinada a retratar o contemporâneo, como classificar tal fato como problemático?